Não. É mesmo por causa de Análise Económica.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Desespero
Estou em desespero. Talvez porque esteja a estudar análise económica e nada me entre na cabeça. Talvez porque não fui à dança e estou a dar em louca (mais do que já sou). Talvez porque hoje no metro senti-me como enfiada numa lata de sardinhas. Talvez porque estou sem gasolina e não tenho dinheiro para pôr mais (maldita da economia). Talvez porque é Junho e está a chover. Talvez porque não sei o que vestir amanhã. Talvez porque só me apetece comer mas não pode ser, vêm aí o verão (isto se parar de chover). Talvez porque isto não faz sentido algum. Talvez, talvez, talvez...
Olhos na estrada
30 de Novembro. Um dia que nunca irei esquecer, pois foi quando recebi a minha carta de condução. Finalmente. Já não conseguia suportar os transportes públicos e não via a hora de poder conduzir para onde quer que fosse. Verdade seja dita que uma semana após ter a carta tive um acidente. Nada de mais, quem sofreu foi o meu carro que agora tem uma moça no lado esquerdo, o pobre coitado.
Não liguei. Achei insignificante. Continuei o meu caminho. Tinha perdido o medo de andar sozinha de carro: afinal já tinha batido, o mal já estava feito. Agora só mesmo o medo de contar aos meus pais é que se mantinha.
Algum tempo depois, por simples acaso do destino [se é que este existe], decidi ver um programa da Oprah que estava a dar na Sic Mulher. O programa desse dia falava de muitos acidentes rodoviários que se davam por simples falta de atenção. Porque alguém decidiu que precisava de enviar uma mensagem ou de fazer um telefonema: porque não havia outro momento para o fazer. Tinha de ser quando estava no carro. E por isso alguém morreu.
Apercebi-me então. Tinha acabado de tirar a carta e já eu tinha a tendência de usar o telemóvel enquanto estava nos semáforos ou prestes a parar o carro. Apercebi-me de que aquilo também me podia acontecer. Ninguém é imune a qualquer tipo de acidente. Não acontece apenas aos outros.
Decidi assim que ia deixar de o fazer. E assim o fiz. Tomei o compromisso de não conduzir e usar o telemóvel. Quando contei aos meus amigos e família, riram-se. Acharam piada. Houve outros que, claro, compreenderam. Mas houve sempre aqueles que acharam que era ridículo.
Mas eu não achei e continuo a não achar. Simplesmente, é algo que podemos evitar. Basta estar atento à estrada enquanto se está a conduzir e não se deixar levar por telefonemas ou SMS. Porque esse telefonema pode esperar uns minutos, horas ou o que for preciso. Porque esse telefonema não tem o mesmo valor que a vida de uma pessoa. Porque não atender esse telefonema pode salvar a vida de alguém.
É verdade que me podem dizer que isso nem sempre acontece. Que já conduziram ou falaram ao telemóvel e que não houve qualquer problema. Tudo bem, os meus parabéns e ainda bem para vocês.
Mas será que vale a pena correr o risco?
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